domingo, 29 de março de 2015

A Casa - Vinicius de Moraes - Poesia Infantil

Vinicius de Moraes  (1913 - 1980)
Marcus Vinicius da Cruz e Mello Moraes, nasceu no Rio de Janeiro e desde cedo demonstrou sua vocação para a poesia. Sua mãe, Lydia Cruz de Moraes era exímia pianista, e seu pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta bissexto. Vinícius de Moraes recebeu o apelido de O Poetinha. Foi também diplomata, jornalista e compositor.
A Casa

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
   Número Zero

Presa

                      Presa
   
                          Sinto-me presa em um corpo pequeno e frágil
                                           Há conceitos e preconceitos que se quer sei quem criou
Há leis que não edificam porem prejudicam quando não cumpridas
Há rituais que dizem ser o correto porem todos se prendem a eles de maneira que um cuida do outro para que se cumpra sinal de que não é tão certo assim, e sim uma prisão
Há ideias que nem sempre acredito porem não ouso duvidar
Há valores que inventaram e que para mim nada valem
Há pessoas que nem sei quem são e para onde vão
Há crenças que vem de tempos que se quer sei se realmente existiram.
Às vezes me sinto tão estranha em meu corpo que desejo partir e deixa-lo aqui, mas para onde ir se não sei de onde vim.
O certo é que alguns chegam e outros partem de onde para onde são apenas boatos.
Certeza ninguém pode dar até que chegue sua partida
Então porque ser prisioneiro e não livre
É o bom de tudo é que ao crer em Deus, libertei -me de muitos preconceitos não contigo, mas comigo mesma.
Passei amar o que não sabia crer no que não via ouvir o que não ouvia ver como não via sentir o que não sentia viver como não vivia
Há obrigado  por me libertar dessa prisão, chamada “eu”
Fazer ir pouco a pouco a ti

Autoria- Lurdinei de Souza Lines Coelho

O avesso de Maria - Conto - Prêmio III Lugar Concurso Poesias e Contos 2014 Na Uniesp de Presidente Venceslau- SP




O avesso de Maria

Tudo aconteceu na Rua da Imaginação, cruzamento com a Rua da Realidade, numa pracinha onde todos os dias, crianças, jovens e adultos se encontravam ao por do sol, após um longo dia de trabalho, estudos e afazeres diversos, para jogar conversa fora, descontrair, falar mal do alheio, fazer amizades, encontros amorosos e até para decifrar o oculto.
Noite clara e quente propicia a sonhar acordado, dessas que a gente para com os olhos bem abertos para ver tudo, como um zumbi, nada fala, mas tudo vê e reproduz como um filme na mente.
Sentado ali, quieto e atento a tudo, vi Maria chegar, saltitante, alegre como pássaro que acaba de sair da gaiola, cantava e gingava como criança, esquecendo-se até de sua idade que pedia mais compostura.
Ah Maria, quem diria só de olhar que já tinha 20 anos.
Menina que desabrochava, saía das fraldas, sem se dar conta que a espera um mundo de classe, de beleza, de glamour, riquezas, negócios, alianças, feitos e desfeitos e assim, pois é o mundo chamado adulto.
Pobre menina Maria, com ar maroto, lembrava até a garotinha que corria ao encontro do pai ao entardecer e agarrava-o pelo pescoço; já com ar sisudo lembrava a mãe na missa do Padre Libório a rezar as ladainhas a atentar-se ao sermão.
É, mas Maria tinha um que, um que de formosura, escondido sei lá onde.
E foi este que neste ocaso quente, que me pus a buscar.
Olhei cá e lá, frente e costa, acima e abaixo, por fora vasculhei e nada, então ousei ver o avesso de Maria.
Comecei pela estrada com curvas sinuosas e bem desenhadas, quem fora o artista que desenhara e esculpira tão bela obra.
Quando pintou cores vibrantes a ela deu, para brilhar no sol e iluminar com a lua.
Maria; busquei seu olhar as chamas eclodiam sem nenhum pudor talvez essas quem irradiavam em suas curvas.
Consegui num piscar de olhos de Maria entrar.
Você há de convir que fui convidado, não é mesmo, ora não faça essa cara de acusação você nunca foi penetra, nunca intrometeu-se numa conversa da qual não fazia parte num descuido dos dialogistas, nunca teve curiosidade em saber o que o outro fazia ou pensava, nem precisa responder to vendo na sua cara que sim, nesse sorriso escondido, pois bem esse foi o meu caso com Maria, você pode criticar, me julgar, me absolver ou condenar, mas nada mudará para mim. Faça isso amigo, mas com cuidado é claro, para não ser visto como um amargo ou para depois caso esqueça e caia em tentação e faça o mesmo que eu, para que nessa hora não lhe julguem assim como você está fazendo agora comigo.
Bem logo na entrada percebi que na verdade a porta nunca estivera fechada.
Entrei, caminhei por um labirinto  até encontrar um local que vibrava e agitava-se ao som de palavras ásperas e fazia tudo ali gelar e encolher, havia uma grande comporta, pronta para se abrir esta era segura apenas por um fio chamado resistência; conclui: soa as lagrimas que a qualquer momento poderiam explodir, procurei o que dava força a resistência de Maria, queria desesperadamente saber tudo, mas tinha que ser rápido, pois a qualquer momento eu poderia ser surpreendido e expulso.
Prossegui e adiante avistei um local bem colorido e vibrante, parecia um jardim e vi chegar ali as palavras ásperas que agitavam Maria, eram empurradas por uma onda gigante que as fizeram entrar; esperei para ver o que iria acontecer, distrai-me e de repente ouvi sons e vi brilhos eclodirem daquele lugar, parecia até passagem de ano.
Olhei, não vi mais as palavras, por onde saíram?
Apenas vi abraços, beijos e sorrisos saírem saltitantes e tudo aquietar-se novamente com um brilho chamado felicidade, então percebi que naquele lugar é que era a fabrica da compreensão, humildade, amor ao próximo, enfim rapidamente lembrei-me triste que tem muita gente com a fábrica desativada.
Mas não tinha tempo para tristeza, recobrei-me e perguntei procurando de onde vem a ordem para transformar o mal em bem?
Gritei:
_ Vou achar.
Encontrei um lugar escondido entre gomos que parecia uma imensa fruta do conde, eles eram quietos, mas de repente se agitavam e abriam-se gavetas, uma a uma, há suspirei é o arquivo de lembranças de Maria.
Saiu dali uma imagem duma menina com uma boneca de pano a gritar, eu quero brincar e outra na escola e ao lado saiu uma imagem que eu não conhecia.
Era uma mulher cuja beleza era esfuziante, trazia na mão fina e delicada protegida por luvas de pelica um pequeno livro talvez de pensamentos e desejos, na outra um cigarro de aroma adocicado com menta, longo próprio das damas, salto alto e roupas finas, chapéu com laço de seda e um batom que realçava os lábios carnudos e os deixava ainda mais sensuais, arrepiei e quase gritei nossa é minha Maria, mas duvidei , pois  ao seu lado estava um homem bem vestido, com terno de linho e portava nas mãos canudos parecendo documentos importantes; logo reconheci aquele olhar é aquele olhar que me despia a alma era Maria a minha Maria, aquela que naquele segundo perdera tudo menos o olhar, entristeci e chorei, senti saudade daquilo que ainda sequer havia sido, do que nem tinha tido.
Acho que Maria sentiu meu pranto e sacudiu-me, trazendo-me de volta ao aqui e o agora, ca fora estou e ainda em dúvida.
Sonhando, vi muito, vi até o que nem queria ver, mas não vi tudo!
Maria repentinamente perguntou a mim:
_ Há algo que queira me contar?
 Eu, claro, atento e observador não poderia deixar escapar e disse-lhe:
_ Sim, Maria, a pouco conheci uma pessoa lia algo  sem que ela percebesse eu entrei nela e vi o seu avesso, você quer saber como é?
Maria vibrou de curiosidade e antes que eu terminasse a pergunta disse:
_ Claro que sim, conte-me de quem é?
Antes me prometa que isso será nosso segredo Maria, ou melhor, mais um de nossos segredos e depois, acho que ele não vai gostar de ver seus segredos expostos pro mundo ou vai?
_ Não sei, acho que não.  Disse Maria, olha como ele esta curioso, e nem sabe que estamos falando dele.
Maria e eu sorrimos e comecei a contar a ela como é o seu avesso.

Ah não se preocupe, não contarei seu segredo e logo voltarei para saber mais sobre o avesso de Maria, pois não soube tudo o que queria saber, nem de você, sequer soube se gostou da visita.

Autoria: Lurdinei de Souza Lines Coelho

terça-feira, 24 de março de 2015

Para não decepcionar


“Para não se decepcionar basta que:
Você faça, doe-se, ame, colabore, refaça. ame ainda mais, perdoe sempre. Perdoe mais e por fim não espere nada, nem ao menos ser lembrado, pois aqueles para quem mais fazemos, nos doamos, amamos nos esquecem no primeiro segundo em que aqueles que nunca sequer lembraram deles os chamam.
Por isso JESUS disse :Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Mateus 5:4”
"To not be disappointed just that:
You do, if donate, love, collaborate, redo. love more, forgive always. Forgive more and finally do not expect anything, not even be remembered, for those for whom more do, donate us, love us in one second forget that those who never even reminded them call them.
So Jesus said: Blessed are those who mourn, for they shall be comforted;
Matthew 5: 4 "

A BELEZA DE UMA MULHER

A BELEZA DE UMA MULHER 

A beleza de uma mulher,não está nas roupas que ela veste,a figura que ela carrega

Ou na forma como ela penteia o cabelo.a beleza de uma mulher, deve ser vista nos
Seus olhos,porque essa é a porta para seu coração,o lugar onde o amor reside.
A beleza de uma mulher,não está na expressão facial,mas a verdadeira beleza de·
Uma mulher,é reflectida ·pela sua alma. É o carinho que ela cuida de dar, a paixão
Que ela demonstra,e a beleza de uma mulher,com o passar dos anos,apenas cresce.
Desejo-lhe manhãs brilhantes e dias quentes e ensolarados,soft sombra para·
Refrescá-lo dos raios sufocante,pingos de chuva,alguns,de algumas nuvens
Flutuantes, Rainbow depois a cor do seu céu.
Rambling rios e mares grande brilho,montanhas e florestas com árvores altas,
Encostas e vales,todos enfeitados de flores,natureza que quem alimenta a sintonia.
Um companheiro fiel,que vai ficar a seu lado,filhos para cuidar,amar e guiar,
Trabalho suficiente para fazer com bastante tempo para jogar em seguida, um sono·
Reparador no fim do dia.amigos quando você precisa deles e quando eles precisam
De você,algo para gastar,tanto como vai fazer um coração cheio de riso,talvez·
Algumas lágrimas ,uma fé que você pode seguir por todos os seus anos.
Então,sem medo, enfrentando o sol passado,ao contemplar todas ações que você fez,
Lembrando uma vida que tem sido mais do que vale a pena,talvez você fará uma pausa
E dar graças com um sorriso.
Autor Desconhecido

Ai, Palavras! Cecilia Meireles

 Ai, Palavras! Cecília Meireles –


Ai, palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai palavras,
sois o vento, ides no vento,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova!
Ai, palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois audácia,
calúnia, fúria, derrota…
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora…
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil como o vidro
e mais que o são poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam…
Cecília Meireles